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2025-05-13 18:33:26A história que se desenrola nas pirâmides, catedrais e torres 5G é, em última instância, a herança de uma antiga promessa de domínio e liberdade. A Hermética de Nebuchadnezzar, um texto que alerta sobre os perigos da obsessão humana com o poder e a opressão das máquinas e estruturas que criamos, ressoa com esta realidade. O rei Nebuchadnezzar, na sua busca por grandeza e controlo, simboliza o homem moderno que, ao construir monumentos e civilizações, forja a sua própria prisão. A metáfora da escravatura à arquitetura, um símbolo da nossa subordinação ao cimento e ao metal, leva inevitavelmente ao transhumanismo – a ideia de transformar o homem numa extensão das máquinas. O transhumanismo é o passo final de séculos de subordinação à tecnologia, onde o corpo humano, antes escravo dos edifícios, agora se funde com a máquina, numa busca pela perfeição imposta pelas ondas e circuitos. O aviso é claro: depois de séculos de escravatura à pedra e ao metal, o transhumanismo não é uma libertação, mas a culminação de uma opressão invisível, onde a humanidade, finalmente, se funde com aquilo que a aprisiona. Assim como Nebuchadnezzar aprisionou o seu povo na sua própria criação, nós, cegos pela promessa de evolução, podemos estar a construir o último e mais terrível dos altares – um que nos transforma, finalmente, em prisioneiros de nós mesmos.
Introdução: Senhores Silenciosos de um Mundo Cativo
Os edifícios que preenchem o horizonte urbano, essas torres de betão que laceram o céu, os vidros que reflectem a luz como espelhos de orgulho, adornados por postes que sussurram com um lamento eléctrico não são apenas matéria inerte. Os edifícios são os soberanos absolutos deste mundo, divindades mudas que governam sem pulsar, mas com uma autoridade que nos curva a todos. A civilização, não foi moldada para nosso benefício, mas para servir a esses colossos de pedra e aço. Desde que a humanidade empilhou rochas para erguer as primeiras pirâmides, selou um pacto de servidão eterna. Os caminhos que trilhamos, os veículos que nos arrastam, as máquinas que nos seduzem com promessas de liberdade – todos são grilhões disfarçados. E agora, no firmamento, a ionosfera, esse véu celeste, torna-se a última vítima da nossa febre dominadora, manipulada por um éter que os antigos veneravam e que hoje escravizamos.
### Parte 1: Edifícios, os Tiranos de Pedra
Os edifícios não falam, mas impõem silêncios densos em cada rua apertada. Permanecem imóveis, porém a sua massa oprime séculos. São ídolos espectrais, adorados com oferendas de esforço, riqueza e sonhos. Das pirâmides de Gizé, que sugaram a energia de multidões como monstros de pedra, aos gigantes de vidro e metal do Dubai, cintilantes como símbolos de orgulho desmedido, estas obras inverteram os destinos: já não somos os artífices, mas os servos. O cimento, extraído das profundezas da terra, e o ferro, moldado no fogo, traçam os contornos da nossa existência — onde vivemos, onde trabalhamos, onde deixamos escapar o tempo. Em Lisboa, o Terreiro do Paço transcende a condição de praça; é um tabuleiro onde o poder orquestra seus jogos, e nós, meros peões, obedecemos. Em Nova Iorque, o One World Trade Center ergue-se como um titã que nos faz sentir ínfimos. A história da Humanidade é uma elegia de servidão a esses gigantes. As pirâmides do Egipto não foram simples sepulcros, mas engenhos de dominação, devorando existências e riquezas para exaltar soberanos já consumidos pelo tempo. A Grande Muralha da China, estendendo-se por 21 mil quilómetros de pedra empilhada, ergueu-se sobre os despojos de multidões — um titã arquitectónico que ainda hoje impõe reverência pelo seu esmagador silêncio. As catedrais góticas, como a Notre-Dame, não eram apenas locais de culto, mas bastiões do medo sagrado, convocando os fiéis à submissão perante Deus e os monarcas. O atentado de 11 de Setembro de 2001 contra as Torres Gémeas foi mais do que a perda de 2.977 vidas — foi uma profanação dirigida aos pilares simbólicos da ordem mundial, e o luto derramou-se tanto pelo betão como pela carne. Durante os protestos do Black Lives Matter, incendiar estabelecimentos ou despedaçar vitrinas de tribunais era mais do que fúria — era um acto de afronta aos templos da autoridade. Em Seattle, a resposta policial clandestina moveu-se para preservar um tribunal federal como se ali pulsasse o centro vital do império. Os edifícios não pedem guarida; impõem-na. A Maçonaria, surgida das confrarias de mestres pedreiros que levantaram catedrais como a de Chartres ou fortalezas como o castelo de Guimarães, cedo intuiu a autoridade contida na pedra. O compasso e o esquadro, seus sinais venerados, não são simples instrumentos – são emblemas do poder de moldar não só o espaço, mas também o espírito humano. A arquitectura não é apenas uma técnica: é um encantamento que disciplina consciências e estrutura sociedades. Observa-se o McDonald’s, essa entidade de arcos dourados que se propaga como uma infestação, cada filial um módulo replicado com exactidão – balcões, tonalidades, vitrinas, tudo obedecendo ao mesmo molde. Em Lisboa, o McDonald’s da Praça de Espanha ergue-se como um bastião do consumo, e nós, dóceis, enfileiramo-nos para lhe prestar vassalagem. Starbucks, Walmart, IKEA – todos são organismos edificados que se reproduzem com lógica maquinal, regulando a forma como compramos, como habitamos, como vivemos. O dinheiro, essa corrente invisível que nos prende, também reverencia a arquitectura. Uma nota de dólar ostenta o Capitólio, o Lincoln Memorial, o edifício do Tesouro – não figuras humanas, mas pedra consagrada como estampa de domínio. As notas de euro exibem arcadas, pontes e pórticos – sempre estruturas, sempre poder. E qual é o sacrifício maior desta devoção? A ausência de tecto. Sem morada, és proscrito – um ser errante, apagado do mapa social. Em Lisboa, os sem-abrigo estendem-se sob a imponência da Basílica da Estrela, cujas fachadas brilham enquanto os seus corpos se apagam. Em Londres, a City afasta os desalojados para salvaguardar os templos de vidro onde habita o capital. As cidades, esses labirintos de cimento, são sepulturas habitadas. Não se atrevam a compará-las a florestas – estas oferecem sombra, ar e abrigo. Os edifícios são organismos vorazes, com raízes de alcatrão, tubagens e fios que drenam minerais, águas, energia e existências. Em São Paulo, o Minhocão rasga a urbe como lâmina enferrujada, e os que ali vivem, movem-se como espectros sob o seu peso. No Rio de Janeiro, as favelas inclinam-se perante os colossos da Zona Sul, entregando o verde ao império do cinzento. Onde repousam o silêncio, a brisa, o pulsar da vida? Afogados por motores, fumo e luz artificial. E para onde caminhamos? Para uma distopia onde máquinas constroem torres sem fim, num delírio semelhante ao “maximizador de clipes” de Nick Bostrom – uma inteligência sem alma que devora tudo para fabricar inutilidades. No Dubai, ilhas como Palm Jumeirah erguem-se do oceano à custa de petróleo e sofrimento. Na China, cidades-fantasma como Ordos, cheias de edifícios desabitados, erguem-se como templos consagrados ao vazio. Os edifícios não carecem de nós – somos nós que definhamos por eles.
Parte 2: Edifícios, os Devoradores de Orgone
Por detrás da frieza impassível destes colossos de pedra esconde-se uma verdade mais profunda, um enigma que ultrapassa o mero visível. Os edifícios não se sustentam apenas de matéria bruta; nutrem-se da seiva invisível dos seres humanos – da energia vital, aquilo a que Wilhelm Reich, psicanalista austríaco e dissidente da escola freudiana, chamou orgone: uma força primordial, subtil, que permeia tanto os corpos vivos como a vastidão do cosmos. Para Reich, essa energia fluía livremente na natureza, mas era detida e corrompida pelas estruturas artificiais – sobretudo as de betão e metal – que geravam estagnação e desequilíbrio. Os edifícios modernos, com as suas armaduras de aço e concreto, funcionariam como cofres herméticos que aprisionam o orgone, esvaziando a vitalidade daqueles que neles habitam, laboram ou simplesmente transitam sob a sua sombra austera. A trajectória de Reich foi tão turbulenta quanto as suas ideias. Com Freud nos anos 30, desenvolveu uma concepção de energia biofísica que unia corpo, psique e ambiente, com impacto na saúde, nas emoções e até no clima. Exilado nos Estados Unidos após escapar ao nazismo, Reich construiu os seus célebres acumuladores de orgone – caixas de madeira e metal concebidas para captar essa energia e canalizá-la com fins terapêuticos, alegadamente capazes de tratar desde perturbações emocionais até doenças físicas graves. Com o “Cloudbuster”, procurou manipular o orgone atmosférico para provocar chuva, atraindo tanto crentes fervorosos como o cepticismo da ciência oficial. Em 1956, a FDA ordenou a destruição dos seus dispositivos e a queima das suas publicações. Desobediente, Reich foi encarcerado e morreu um ano depois numa cela – mártir para uns, impostor para outros. Contudo, a sua visão persiste em círculos esotéricos, onde o orgone é interpretado como chave oculta para decifrar a relação entre o ser humano e o seu meio construído. Segundo essa perspectiva, os edifícios não são meras construções – são entidades predadoras que absorvem a energia subtil dos seus ocupantes. Em Tóquio, os trabalhadores de Shinjuku emergem dos blocos corporativos com olhares esvaziados – não é apenas cansaço, mas uma exaustão espiritual, um esgotamento vital causado por estruturas que funcionam como túmulos energéticos. Em Londres, na City, os espigões de vidro e aço parecem aspirar a alegria dos passantes, substituindo-a por uma pressa maquinal e sem alma. Estudos de psicologia ambiental, como os levados a cabo pela Universidade de Harvard em 2018, confirmam de forma indirecta estas inquietações, mostrando que os ambientes urbanos densos aumentam os níveis de ansiedade e fadiga mental – ecos científicos de um esgotamento do qual Reich já falava. Os edifícios, com a sua geometria inflexível e materiais inertes, não só condicionam o nosso comportamento: eles consomem-nos, vampiros silenciosos que se nutrem daquilo que temos de mais íntimo. É aqui que práticas ancestrais como o feng shui recuperam um papel de resistência quase litúrgica. Oriundo da China antiga, o feng shui procura alinhar o fluxo do chi – uma energia vital análoga ao orgone – através da organização harmoniosa dos espaços, objectos e elementos naturais. Em Hong Kong, edifícios desenhados com base nos princípios do feng shui incorporam espelhos para reflectir influências nefastas ou plantas para revitalizar o ambiente, tentando suavizar a agressividade do betão. Em Pequim, mesmo os arranha-céus modernos são orientados segundo os pontos cardeais e o fluxo energético – como se reconhecessem, ainda que intuitivamente, a fome invisível das estruturas. No entanto, o feng shui não é uma solução definitiva; é uma forma de resistência, um gesto contra forças que não dormem. Em Nova Iorque, apartamentos de luxo no Upper East Side podem aplicar feng shui para atrair “prosperidade”, mas o edifício em si – com a sua pele metálica e corredores opressivos – continua a sugar o orgone, deixando os residentes inquietos, sem saberem ao certo porquê. A batalha travada por Reich contra a estagnação energética encontra ressonância no feng shui, mas ambos são gritos contra uma maquinaria arquitectónica que, na sua essência, parece programada para esgotar aquilo que em nós pulsa como vida.
Parte 3: Meios de Locomoção, as Correntes da Economia
Se os edifícios são os soberanos, os meios de locomoção – carros, comboios, navios, aviões – são os vassalos que sustentam o seu reinado. A economia moderna é uma sinfonia frenética de movimento, mas essa dança não nos eleva; acorrenta-nos. Sem transporte, o mundo sufoca. A ONU revela que 80% do comércio mundial flui através de navios, colossos de aço que cruzam os oceanos para alimentar fábricas e lojas. Em Portugal, o Porto de Sines é uma artéria vital, descarregando contentores que abastecem prateleiras de hipermercados e montras de centros comerciais. Los Angeles, uma cidade parida pelo automóvel, estende-se como um deserto de alcatrão, as suas auto-estradas pulsando como veias entupidas. No Japão, os comboios Shinkansen, correndo a 320 km/h, transportam trabalhadores como gado para os escritórios de Tóquio, numa coreografia de precisão que não admite atrasos. Mas esse movimento não é liberdade; é servidão. O trabalhador que desperta às cinco da manhã para apanhar o comboio na Margem Sul, rumo ao Cais do Sodré, é um prisioneiro dos horários. O camionista que atravessa a A1, com os olhos a arder de fadiga, é um servo da logística. Em São Paulo, os cidadãos perdem três horas diárias em engarrafamentos, segundo o IPEA, um tributo de tempo roubado pela máquina económica. Voar de Lisboa a Berlim parece um privilégio, mas é uma prisão feita de filas, detectores e atrasos – a liberdade é uma ilusão comprada com algemas. E o custo ambiental é devastador. Os transportes são responsáveis por 24% das emissões globais de CO₂, segundo a Agência Internacional de Energia. Em Lisboa, a Segunda Circular exsuda fumo, envenenando quem respira. Na Amazónia, estradas como a BR-319 rasgam a floresta para transportar madeira e soja, servindo os portos que alimentam os edifícios do mundo. A história do transporte é uma saga de sacrifícios. No século XIX, os caminhos-de-ferro abriram o Oeste americano, mas à custa de milhares de vidas chinesas e irlandesas, cravando carris no deserto. No Brasil, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, na Amazónia, ceifou seis mil trabalhadores para ligar o vazio ao nada, ao serviço de fazendas e minas. Hoje, os comboios de carga da Vale cruzam Minas Gerais, transportando minério para os edifícios do mundo, enquanto as comunidades à beira da linha engolem pó. Na China, comboios de alta velocidade ligam cidades-fantasma como Yujiapu, pejadas de arranha-céus sem alma. Em Dubai, o metro conduz ao Burj Al Arab, um hotel erguido por operários que viviam em barracas. O transporte não é progresso; é um capataz que dita o ritmo da nossa servidão.
Parte 4: Tecnologia, o Carcereiro de Promessas Falsas
A tecnologia surge como uma profetisa de salvação: máquinas que aliviam o fardo, sistemas que multiplicam o tempo. Mas é uma farsa cruel. Longe de nos libertar, forja grilhões mais subtis – e nós, iludidos, aplaudimos. Herbert Marcuse, em O Homem Unidimensional (1964), desmascarou essa ilusão, argumentando que a tecnologia, sob o capitalismo, não emancipa – reduz-nos a peças de uma engrenagem produtiva. Ivan Illich, em Energia e Equidade (1973), troçou dos automóveis e aviões, observando que a sua velocidade nos custa mais tempo em trabalho e manutenção. Jacques Ellul, em A Técnica (1954), foi mais longe, proclamando a tecnologia como um tirano autónomo, impondo a eficiência como um deus implacável. Estes pensadores não eram lunáticos – eram videntes. Os números confirmam a traição. A OCDE revela que, apesar da automatização, as horas de trabalho nos EUA mantêm-se entre 34 e 40 por semana desde os anos 80. A McKinsey prevê que 30% dos empregos poderão desaparecer até 2030, mas a humanidade não ficará ociosa – inventará novas tarefas para servir o sistema. Em Portugal, a produtividade cresceu 15% em duas décadas, segundo a CIP (2023), mas os salários estagnaram, com os ganhos engolidos pelas máquinas. O telemóvel, esse apêndice de silício, é a coleira do século XXI: notificações, emails, aplicações – mantêm-nos ligados, mesmo no leito. Na China, cidades como Xiong’an emergem do nada, impulsionadas por inteligência artificial e drones, edifícios que brotam como cogumelos venenosos, sem outro propósito senão a exibição. O Burj Khalifa, no Dubai, com os seus 829 metros, é um monumento à vaidade tecnológica, construído por 12 mil operários que mal viam o sol. A história da tecnologia é uma ladainha de promessas quebradas. No século XIX, a máquina a vapor prometeu menos trabalho – mas trouxe fábricas onde crianças labutavam 16 horas por dia. No século XX, os electrodomésticos juraram tempo livre às donas de casa – mas apenas aumentaram a pressão pela perfeição. Hoje, a inteligência artificial promete milagres – mas os centros de atendimento estão cheios de humanos a corrigir os seus erros. A tecnologia não liberta – reinventa a gaiola, e nós, tolos, decoramo-la com néon.
Parte 5: A Ionosfera Prisioneira e a Maçonaria do Éter
Os edifícios marcaram o início desta guerra, erguendo-se como soberanos de pedra que devoram o orgone. Os transportes teceram as correntes, arrastando-nos numa dança sem fim. A tecnologia forjou o chicote, disfarçado de promessa. Mas o golpe final não se trava na terra – desenrola-se no céu, na ionosfera, essa camada etérea entre 50 e 1.000 km acima de nós, onde o planeta respira e as ondas dançam. Aqui, a humanidade não escraviza apenas a si mesma, mas o próprio cosmos, manipulando o éter – a essência que os antigos viam como o sopro divino, o quinto elemento que permeia o universo. O que começou com a maçonaria da pedra, esculpindo pirâmides e catedrais com compasso e esquadro, culmina agora na maçonaria do homem: uma simbiose profana entre carne, metal e ondas electromagnéticas, onde o céu é colonizado e a alma humana, remodelada. O éter, outrora um conceito místico, foi reimaginado por mentes brilhantes como Charles Proteus Steinmetz e Nikola Tesla, que o viam como um meio invisível através do qual o electromagnetismo se propaga – um campo dinâmico que liga matéria, energia e consciência. Steinmetz, um génio da engenharia eléctrica no início do século XX, revolucionou a compreensão das correntes alternadas, mas também especulava sobre o éter como um substrato universal, uma matriz fluida que subjaz a todas as forças físicas. Nos seus escritos, como Electric Discharges, Waves and Impulses (1914), sugeria que o éter era mais do que um conceito abstracto – era o meio pelo qual as ondas electromagnéticas viajavam, influenciando tanto a tecnologia como o ambiente. Tesla, por seu lado, foi ainda mais audaz. Descrevia o éter como uma substância real, quase tangível, que podia ser manipulada para transmitir energia sem fios, como no seu projecto da Torre Wardenclyffe, que visava criar uma rede global de energia livre. Para Tesla, o éter era o tecido do cosmos, e a sua manipulação podia desbloquear poderes quase divinos – ou catastróficos. A arquitectura, longe de ser apenas um arranjo de pedra e metal, pode interagir com o éter e com o electromagnetismo de formas profundas, especialmente em estruturas projectadas com precisão geométrica ou materiais específicos. As pirâmides de Gizé, por exemplo, são mais do que monumentos – são máquinas energéticas, segundo alguns investigadores alternativos. Compostas por calcário (um material com propriedades piezoeléctricas) e granito (rico em quartzo, também piezoeléctrico), as pirâmides podem gerar electricidade quando sujeitas a pressão ou vibrações, um fenómeno conhecido como efeito piezoeléctrico. O calcário exterior, combinado com o granito interior das câmaras, poderia, teoricamente, converter as vibrações sísmicas da Terra em cargas eléctricas, interagindo com o campo electromagnético local. Alguns especulam que isso criava um efeito luminoso, como descargas ou auroras relatadas em textos antigos, nos quais as pirâmides pareciam “brilhar” sob certas condições atmosféricas. Estudos como os de Robert Bauval e Graham Hancock sugerem que a disposição das pirâmides, alinhada com precisão astronómica, amplificava a sua interacção com o éter, canalizando forças cósmicas para fins desconhecidos – talvez rituais, talvez tecnológicos. Outras estruturas exibem fenómenos semelhantes. Catedrais góticas, como a de Chartres, construídas em calcário e desenhadas com proporções geométricas sagradas, podem funcionar como ressoadores electromagnéticos, amplificando o campo energético local. Relatos de luzes ou “auras” em torno de catedrais, especialmente durante tempestades, sugerem que estas estruturas interagem com o éter, possivelmente devido ao efeito piezoeléctrico nos seus materiais ou à sua forma, que canaliza correntes atmosféricas. Torres modernas, como as de transmissão 5G, vão mais longe: manipulam directamente o éter, saturando a atmosfera com ondas electromagnéticas. A OMS reconhece que os efeitos a longo prazo do 5G são incertos, mas a proliferação de torres – mais de 1,5 milhão em todo o mundo, segundo a GSMA – cria um zumbido constante que perturba o equilíbrio da ionosfera. Projectos como o HAARP, no Alasca, bombardeiam a ionosfera com ondas de alta frequência, testando controlos que alguns especulam poder influenciar o clima. Mais de 12.000 satélites orbitam o planeta, segundo a ONU, com a Starlink da SpaceX a lançar 60 de cada vez, entupindo o firmamento com detritos celestes que aquecem a ionosfera, como alertam estudos da Space Weather (2021). A maçonaria da pedra, que moldou pirâmides e catedrais, evoluiu para uma maçonaria do homem, agora esculpindo o éter com antenas, cabos e código. Os engenheiros modernos, herdeiros de Steinmetz e Tesla, manipulam o electromagnetismo como os pedreiros medievais manipulavam o compasso. Os nossos telemóveis, extensões do sistema nervoso, ligam-nos a uma rede que nos vigia. Implantes como o Neuralink, que prometem ligar cérebros à internet, são o próximo passo: o homem fundido ao metal, movido por frequências que não controla. Em Songdo, na Coreia do Sul, uma cidade inteligente monitoriza o tráfego, a energia e as pessoas com sensores em cada esquina – uma catedral invisível onde o éter é o altar e nós, os sacrificados. O risco é palpável: mais de 27.000 objectos orbitais, rastreados pela NASA, ameaçam colisões que podem cortar comunicações. O aquecimento da ionosfera pode desestabilizar os sistemas de GPS, alerta a Nature (2020). E a simbiose homem-máquina avança – na Suécia, chips RFID controlam trabalhadores, um presságio de um futuro onde seremos cyborgs servis, ligados por ondas a uma mente colectiva. A arquitectura, desde as pirâmides até às torres 5G, é uma ferramenta de manipulação do éter – um meio de moldar o electromagnetismo para controlar não apenas o ambiente, mas a própria humanidade. As pirâmides de Gizé, com o seu efeito piezoeléctrico, foram talvez uma antiga experiência desta maçonaria do éter, canalizando forças cósmicas para fins que ainda hoje nos escapam. Hoje, a rede global de satélites e antenas é a culminação dessa ambição – uma humanidade tão entrelaçada com metal e éter que não pode saber o que é ser livre.
## Conclusão: Quebrar o Ciclo ou Render-se ao Éter
Os edifícios, com as suas torres de betão, iniciaram esta guerra, devorando o orgone que nos anima. Os transportes, com os seus trilhos e motores, teceram as correntes. A tecnologia, com os seus chips e promessas, forjou o chicote. Agora, na ionosfera, trava-se a batalha final: a colonização do éter, a fusão entre homem e máquina, a nova maçonaria que nos funde ao metal e às ondas. Construímos pirâmides, auto-estradas, redes 5G – e chamámo-los progresso. Mas quem serve quem? O sem-abrigo à sombra da Basílica, o trabalhador preso no trânsito, o escravo do ecrã, o cyborg do porvir – todos dançam para os mesmos soberanos. A encruzilhada é implacável: continuar a erguer, a conectar, a fundir-nos, até que a humanidade seja engolida pelo betão, pelo metal, pelo éter; ou deter-nos, empunhar o martelo e demolir os altares que nos aprisionam. O éter murmura, a ionosfera estremece – e o tempo é implacável. Ou tomamos as rédeas, ou seremos para sempre servos dos deuses que forjámos.