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@ The Narrator
2025-02-25 17:01:58
**A Justiça Suprema**
*Artigo de Rodrigo Constantino publicado em 25/02/2025 na Gazeta do Povo*
Um espantoso desastre de trem deixa os Estados Unidos em choque. Todos os passageiros das locomotivas acabam mortos, exceto David Dunne, que sai completamente ileso do acidente, deixando todos, inclusive os médicos e ele próprio, em choque. Enquanto busca explicações sobre o que poderia ter salvado sua vida, David encontra Elijah Price, um desconhecido que apresenta uma explicação no mínimo bizarra para o fato.
Essa é a sinopse de Unbreakable, chamado Corpo Fechado no Brasil, filme de 2000 com Bruce Willis e Samuel Jackson. Este é o vilão da trama, alguém que nasceu com uma doença rara, com os ossos frágeis, e que causa deliberadamente acidentes homéricos para descobrir se existe o seu oposto, ou seja, alguém que seja tão forte a ponto de resistir a tais desastres fatais.
Lembrei desse filme ao ler a coluna de Andre Marsiglia, cujo título é: “Para eliminar o bolsonarismo, o STF estragou nossa democracia”. Eu já tinha feito uma análise semelhante: para retirar Bolsonaro do jogo político, o sistema teve que implodir todo o arcabouço jurídico do país, soltar todos os corruptos graúdos, melar a Lava Jato, recolocar o ladrão na cena do crime e partir para o abuso desenfreado de poder.
Ou seja, coisa de psicopata mesmo, como no filme. Para pegar um sujeito, taca-se fogo em tudo! O problema, claro, é que os vilões caricatos ignoram a lei do retorno, considerando-se sempre inatingíveis, intocáveis, invencíveis. A batata dos nossos ministros supremos está assando. Eles não contavam com a reviravolta na política americana. Se antes tinham em Joe Biden um aliado – ou cúmplice – agora veem que Donald Trump será sua maior dor de cabeça.
Os conservadores americanos acordaram para o problema brasileiro e entenderam que o país virou um laboratório para a censura globalista. Patrick David, do popular podcast PBD, esteve no Brasil entrevistando Jair Bolsonaro, e hoje divulgou trecho de Mike Benz desmascarando a manipulação da CIA em nossas eleições passadas. Ele também entrevistou Nikolas Ferreira para ilustrar o grau de autoritarismo no país: um deputado que não pode acusar presidente ladrão de ladrão!
Já o senador Mike Lee partiu direto para cima de Alexandre de Moraes. Ele questionou se o ministro transformou em crime publicar críticas aos abusos supremos, como a fala do próprio Moraes alegando que as Big Techs viraram “máquinas fascistas”. O senador também publicou mensagens de apoio a Bolsonaro, que agradeceu: “Muito obrigado, Senador Mike Lee. Infelizmente, o Brasil foi convertido em um laboratório de ativismo judicial, abusos de poder e aplicação seletiva da lei para fins políticos. Tudo o que queremos é uma justiça independente e imparcial, que respeite as liberdades individuais”.
O congressista Rich McCornick, por sua vez, foi mais longe e cobrou de Trump uma medida drástica contra Moraes. Ele acusou o ministro de instrumentalizar a corte para perseguir um opositor e proteger Lula, uma clara perseguição política, e pediu que Trump considerasse sancionar Moraes pela Lei Magnitsky. Já citei tal instrumento em colunas passadas, e descubro uma vez mais que Olavo de Carvalho estava certo. O “véio” publicou ainda em 2020: “Lei Magnitsky é a maior ou única esperança de um Brasil livre de comunolarápios”.
As sanções da Lei Magnitsky incluem o congelamento de todos os ativos que a pessoa possua nos Estados Unidos ou em instituições financeiras que tenham contato com o sistema bancário americano, ou seja, basicamente o mundo todo. Adicionalmente, as pessoas sancionadas pela Lei Magnitsky ficam impedidas de obter vistos para entrar nos EUA. O sujeito se torna um pária mundial, em síntese. Se chegar a tal ponto, Moraes só vai poder frequentar Havana e Caracas mesmo...
Bolsonaro agradeceu ao congressista: “Deputado Rich, Agradecemos a solidariedade e consideração. É triste pelo que nosso país está atravessando nos últimos tempos. Torcemos para que não chegue num ponto mais extremo por parte de alguns poucos que se julgam deuses e acima da lei, colocando em cheque (sic) toda a estrutura de nosso amado país. Um fraterno abraço!”
Como já disse antes, o STF brasileiro comprou uma briga que não pode vencer, não sem destruir de vez qualquer verniz de democracia. E as aparências importam para esses ministros. Afinal, eles não querem viver como vive Maduro, isolado em seu quintal com todo o poder local. Muitos dos “donos do poder” no Brasil querem continuar circulando pelo mundo, fazendo negócios nos Estados Unidos. Mesmo os ministros supremos querem seguir posando de “salvadores da democracia”.
Do jeito que a coisa está escalando rápido, o regime lulista terá de se fechar de vez, aderir totalmente ao eixo do mal, romper com o Ocidente. O custo se torna alto demais para muita gente poderosa. Começa a parecer mais razoável se livrar do Lula, de quem não gostam mesmo, e oferecer a cabeça de Moraes numa bandeja, para que um só seja punido pelo crime de vários. Talvez alguns passem até a considerar a hipótese de liberar Bolsonaro e depois tentar “domesticá-lo”, dentro do conceito de “direita permitida”, mais atraente do que uma guerra total contra o governo Trump.
Afinal, não é só Moraes que está na linha de tiro, ainda que seja o alvo mais evidente. Outros pares foram cúmplices de suas arbitrariedades ilegais. E se Moraes sofrer as consequências de um ato drástico desses, os demais certamente entrarão em desespero. Deixar de curtir Key Biscayne ou passeios e compras no Sawgrass Mills não é nada! O Pavão Supremo, por exemplo, vai ficar sem ver o filho que trabalha em Miami? Isso sim, seria um castigo que faria Allan dos Santos sentir o começo do gostinho da Justiça…
Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/lei-magnitsky-justica-suprema/