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@ Leitura Aleatória 2.0
2025-06-15 16:18:52Muito se fala sobre racismo no Brasil. A mídia, os políticos e os intelectuais engajados repetem discursos antirracistas, promovem campanhas e ergueram bandeiras pela igualdade. No entanto, existe uma hipocrisia gritante quando olhamos para a realidade dos povos indígenas no país.
No Brasil, o indígena ainda é, juridicamente, tratado como incapaz de decidir por si mesmo, sendo suas terras consideradas propriedade da União. Isso significa, na prática, que tudo o que diz respeito à sua cultura, território e desenvolvimento precisa do “amém” do Estado. É um tipo de tutela que remete aos tempos coloniais, onde os “civilizados” decidiam o que era melhor para os “selvagens”.
O mais engraçado e trágico deste fato, é que não há nenhum movimento midiático que aborda sobre a existência absurda deste tipo de regimento jurídico, não há influenciar não há atores e atrizes da Globo, nem cantores que questione e lance a pauta
Como falar em fim da escravidão ou combate ao racismo estrutural, se ainda hoje tratamos povos inteiros como se fossem incapazes de autodeterminação?
Enquanto isso, o governo federal, representado atualmente por figuras como “Tio Lule”, negocia e entrega terras indígenas para interesses geopolíticos, sustentando ditaduras e alianças internacionais, enquanto os próprios povos originários ficam à margem do desenvolvimento econômico.
Recursos como açaí, cupuaçu, babaçu e muitos outros produtos amazônicos serão explorados por empresas estrangeiras, que lucrarão intensamente, sem que as comunidades locais tenham condições mínimas de acesso aos meios de produção ou ao mercado. Isso destrói a economia regional, perpetua a dependência e impede que o verdadeiro protagonismo indígena aconteça.
Um ciclo que se repete: a história da borracha
O que está em curso não é novidade. É uma repetição histórica. Basta lembrar do ciclo da borracha, quando os ingleses levaram sementes de seringueira da Amazônia para plantar na Ásia, quebrando o monopólio brasileiro e afundando a economia da região Norte, que até hoje carrega as marcas desse roubo histórico.
Agora, a história se repete, mas com outros nomes e produtos — e com o apoio explícito do Estado brasileiro.