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@ Diário da Ari
2025-04-17 04:31:30Como invocar a Deus?
O segundo capítulo do livro Confissões, de Santo Agostinho, começa com uma pergunta que toca o coração de todo aquele que busca a fé: “Como invocar a Deus?”
Essa questão, apesar de parecer simples, exige que tenhamos os olhos abertos para a verdade e uma consciência clara da nossa pequenez diante da grandeza divina. Somos pó diante do Criador — limitados, frágeis, tentando compreender o Infinito.
O Deus que não pode ser contido
Santo Agostinho se questiona sobre a presença de Deus e o que significa “conter” o Senhor. Ele reconhece que Deus está em todos os lugares — até mesmo no inferno. Como poderia ser diferente, se Deus é infinitamente grande?
“Nada pode conter Deus, nem mesmo o céu e a terra, suas maiores criações.”
Esse reconhecimento o leva a concluir: Deus não tem começo, meio ou fim. Ele é eterno, e nada pode delimitá-Lo.
O espanto da descoberta: Deus habita em nós Agostinho se espanta ao perceber que, se tudo o que existe só existe porque Deus o sustenta, então Deus está em tudo — inclusive dentro de nós. E aqui nasce uma nova dúvida:
Por que invocar a Deus se Ele já habita em mim? Como pode o Infinito caber em uma criatura tão pequena como o ser humano?
A beleza da doutrina católica
Estudar a doutrina católica é uma experiência profunda e transformadora. A riqueza com que ela trata o mistério de Deus é tão grandiosa, que toca até os corações mais endurecidos.
“Se algo existe, é porque Deus o sustenta. Ele está conosco. Ele nos dá o dom da vida.”
Essa verdade muda completamente a forma como enxergamos a realidade. Compreender que Deus sustenta até aqueles que se afastaram Dele nos leva a uma nova visão — mais compassiva, mais humana e mais próxima do amor de Cristo.
A presença de Deus até nas realidades mais difíceis
Essa reflexão me lembra algo que ouvia na igreja: o chamado de apresentar Cristo nos presídios. Sempre me perguntei como os pregadores viam a presença de Deus em pessoas que cometeram crimes cruéis.
Hoje, entendo que se alguém ainda existe, é porque Deus ainda o sustenta — mesmo que seus atos não agradem a Deus. A existência é um sinal de que a presença divina ainda está ali, chamando à conversão.
Conclusão: Deus está em tudo, inclusive em nós
Este capítulo não aprofunda como lidar com o inimigo ou com o mal, mas nos dá uma certeza essencial: Deus está em tudo e em todos.
Ao orar, não devemos buscá-Lo como alguém distante, mas sim olhar para dentro de nós. A presença de Deus habita em nós.